28/08/2015

Resenha

Minha resenha de mim é enganação
Seja vivida ou distribuída.
(in) felizmente eu sou assim.
Não sei se melhorarei
Sei que já mudei
Não posso dizer se gostei
Ainda me é indiferente
Assim como para muitos
Uma invisível que por horas se mostra.
E entre sombras se esconde.
Pode me odiar..
Mas por favor, se for incomodar, me ignore que é pra nossa vida melhorar.
Porque eu ainda sinto todo o seu rancor.
Sinto imensamente ter-lhe incomodado,
 Nunca foi minha intenção, eu apenas apareci em uma ocasião,
Desde então recolhi em meu casulo de solidão.
E não espero nada alem de omissão.
Sua, minha, nossa...
Omite-se assim tudo que o faz lembrar-se de mim,
Enquanto que eu aqui vou encasular-me....


By Lilyth Luthor





Anjo Ruivo


26/08/2015

Paramédica

E descobrir que por anos foi um sonho.

E descobrir que por décadas foi ilusão

E descobrir assim, em minutos, que uma vida inteira fora destruída por uns segundos de prazer.

E perceber que a procura era vingança,

Que a conversa era desnecessária,

Que o toque era falso,

Que o brilho no olhar era tudo, menos afeto.

Perceber que era considerada um monstro,

Tratada como rainha,

E iludida como menina,

Tudo parte de um teatro, bem elaborado, ensaiado, especialmente para  derrubar, humilhar e destroçar.

Um encontro seria perfeito, mas o olhar nos olhos impediria tanta ira,

Talvez não fosse por comoção, mas por medo da reação, da agressão, da gritaria, dos choros, dos xingamentos...

Lendo e relendo, buscando entender, dizem que sofrer assim é inútil, mas eu busco saber...

Sabem foi tão estranho me ver ali, assim, tão insensível, tão indiferente, tão inútil, vulgar, realmente um monstro.

E pensar que através daqueles olhos eu me via tão lindamente apaixonada....

Eu vi a frase que mudou o meu pensar.. 

A ira fez-se pena, a pena virou remorso e o remorso virou entendimento.

E agora que nunca mais olharei aqueles olhos,

Que não poderei desculpar-me...

E palavras morrem em meu eu.

E nada mais tem cor..

E nenhum motivo é bom..

E eu só queria poder voltar atrás e apagar todas as nossas memórias...

Culpa minha  e só minha culpa.

Pecado meu, erro meu, uma vadia impura, uma qualquer....

E o li assim, verdadeiramente ressentido, chateado, por não poder perdoar-me, nem odiar-me.

Desejando que eu sentisse todo o mal que lhe fiz mesmo não intencional, mesmo não pensado. 

Mal.Apenas mal eu fiz...

Foi muito bom saber que todos aqueles anos eu fui apenas o mal em sua vida.

Foi bom porque hoje, eu acredito que foi preciso viver isso, sentir isso, acordar para isso..

Só me resta seguir, porque assim como você, sou covarde demais para lhe odiar por isso.

Vai doer muito, vai doer sempre, mas como disseste nunca será como foi sua vida inteira.. 

Nunca sentirei a mesma dor..

Afinal... Eu sou a causa da dor de ambos..

Como pode? Deveria ganhar um prêmio, porque eu sou a única que consegue destruir os outros e se destruir junto.

Seja como for, como no poema é dito, o mundo não pára para que você junte seus pedaços, ou segues em cacos ou estacione, sabendo que ninguém esperará.

E que não me esperem mesmo, porque nem sei se quero continuar....


"Terminou de ler a carta e abraçou o papel chorando. Estava ali a confissão covarde da menina que estava morta em seus braços agora. A paramédica chorando olhou-a melhor, era tão menina, tão frágil, tão ingênua, criança ainda, mal sabia que o mundo dá tantas voltas e que ela poderia ter sido tão feliz logo adiante. E temeu que nesse mundo tão covarde, ela fosse chamada várias e várias vezes, para tentar ressuscitar inutilmente, os corações partidos."


By Lilyth Luthor



25/08/2015

Dia do soldado

Foi no dia do soldado,

Na parada militar,

Um menino de 18 anos, talvez 20 no máximo,

Estava a marchar,Fardado, concentrado,

Ela olhava-o por entre a multidão de meninas eufóricas que lhes gritavam apelidos dos mais variados.

Foi até o final, caminhando despercebida por cerca de uns 5 km.

Ali todos mais relaxados retirando as faixas, devolvendo o armamento,

Ela sentou-se num banco em frente e ficou apreciando a vista.

Logo ele lhe olhou bem nos olhos e sorriu,

Ela ficou vermelha.

Ele caminhou em sua direção, tomou-a pela mão, puxou para si e beijou.

Sedento, apressado, faminto por aquele contato.

Ela retribuiu, estava aguardando-o desde o inicio da comemoração.

-Venha meu soldadinho, venha pra nossa comemoração.Sussurrou-lhe aos ouvidos, marota.

Saíram por entre a multidão correndo de mãos dadas,

Estava indo para a felicidade

Ele de farda, ela de vestido rosa,

Ela menina, ele menino,

Ambos com a vida lhe sorrindo.

Em casa amaram-se insaciavelmente.

Escondidos, afinal ainda era proibido,

Risos contidos, carinho no escuro...

Mas eram felizes pois tinham um ao outro e nada mais importava.

-Parabéns a todos os fardados por aí.

-Parabéns a ti meu amado, que é o único fardado que me importa.

Desde então, eles sempre amaram o dia do soldado.


By Lilyth Luthor






Ventos

 

 
E foi assim..Como na canção favorita:“Este é o fimDos meus temporaisTudo que eu senti desfalece aquiSim, este é o fim dos ventosQue uivam sem direçãoTocam-meMas não me conduzem mais.”


By Lilyth Luthor* Música : O mestre dos ventos* Banda: Rosa de Saron
Mais em:http://www.recantodasletras.com.br/autores/lilythluthor



24/08/2015

Manias

Então me aceite como eu sou
Não me peça pra mudar essas manias que você já perdoou
Eu vou levando a vida!!!
Seguindo os seus conselhos de ser bem feliz onde estiver, aprendi com suas dicas que em qualquer lugar devo me esforçar, disfarçar, ser feliz e prosseguir.
Então se você não perdoou, preferiu me abandonar, achando que por ti iria mudar, pena que se enganou...
Estou à procura de quem eu sou valorizando manias que você desvirtuou.
Qualidades esquecidas, maldades inventadas, sentimentos escondidos, sonhos proibidos, mentiras proferidas, dores causadas, medo e solidão.
Pergunto-me como é que será?
Se iremos superar e um dia novamente nos falar.
Preferiria descartar.
Fugir e recomeçar.
Renascer e me curar.
Um dia, eu espero isso tudo irá chegar.


By Lilyth Luthor
Mais em http://www.recantodasletras.com.br/autores/lilythluthor




Vultos de Poema

A vida não dá colo para ninguém.

Ela te joga para o alto, te vira do avesso, de tira pra dançar, te põe de ponta cabeça, mas nunca te acalenta, nunca aconchega, nunca afaga.

Não, a vida não é boa em ser carinhosa, assim como eu, ela não sabe abraçar, talvez nem goste do contato.

Mas quem pode reclamar?

Somos em dados momentos piores que isso...

Em nossa zona de conforto tudo julgamos, tudo somos, tudo queremos, tudo faremos...

-Ah eu iria ao fim do mundo por isso!

Mentira deslavada, ninguém irá se importar com tamanha deslealdade.

Em fragmentos de poesias, em livros recomendados, em músicas ouvidas, agora todos enraizados...

Sorrindo das frases outrora lida, agora com sentido diferente..

Divertindo com sua própria ingenuidade, Lendo isto, aquilo, com novos olhos, novos anseios, novos sonhos, já que tudo antes era pesadelo...

Desleal essa forma de viver, impor a outrem os desejos de ser.

Diferente ou curioso digas-se de passagem, a mesclagem de todos os personagens de algo que se almeja, mas que sabes nunca terá, foi errado, inverdade, maldade? 

Foi apenas uma sinopse, uma resenha de alguém que não existe, que serviu, serve e servirá como um exemplo, uma inspiração ou desilusão.

Sabemos bem quantas mentiras falamos, quanto amor inspiramos, quantos sonhos matamos, quantos versos não rimamos, sabemos sim e não nos importamos.

Afinal caro leitor, 

Somos apenas vultos de um poema,

Somos marionetes de um conto,

Somos protagonistas de um fake,

Somos consoladores de sonhos,

Somos ou nem somos.

Cabe apenas a ti julgar isso...


By Lilyth Luthor